quinta-feira, 20 de novembro de 2008
A Situação Geográfica e a Quinta dos Cristais
Segundo estabelece a Constituição Federal, “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações” (art. 225, “caput”).
Com o objetivo de contar um pouco sobre a região do Quadrilátero Ferrífero e abordar temas como degradação ambiental, ocupação do solo, toponímia e o domínio morfoclimático mar de morro, fizemos este artigo, que tem como base a região citada e a cidade de Sabará, na qual se encontra o Parque Ecológico Quinta dos Cristais, que foi visitado pelos alunos da 2ª série do Ensino Médio.
Domínio Morfoclimático Mar de Morro – Itabirito MG
A região apresenta paisagem típica composta de montanhas arredondadas, chamadas "mares de morros” - nomeação consagrada pelo geógrafo Aziz Ab’Saber -, conhecida também por “meias-laranjas”, que historicamente é resultado de erosões em terrenos cristalinos. O clima tropical, com chuvas concentradas no verão, faz com que o intemperismo seja intenso nessas áreas. A vegetação é de cerrado, com predominância de arbustos e gramas.
Imagem representativa do panorama avistado do mirante da Quinta dos Cristais:
Toponímia é o estudo dos nomes de lugares, podendo estes serem de cidades, vilas, rios e outros cursos d’água, lagos, montes e outros relevos, ou ainda estradas. Do mirante da Quinta dos Cristais podemos ver a Bacia do rio das Velhas; serras como a do Curral, de Sabará, da Piedade, Papa-Farinha, Cabeça-de-Boi, Papa-Vento, da Moeda, etc; o Pico do Itabirito; a Estrada Real e cidades como Belo Horizonte, Sabará, Santa Luzia, Caeté e Raposos.
A degradação ambiental provocada pela ação de indústrias e da população em geral é uma realidade antiga que perdura até os dias atuais. No Quadrilátero Ferrífero, desde os mais primórdios tempos de ocupação, é possível observar um descontrolado uso dos recursos naturais e o impacto causado pela expansão urbana. A construção de casas em locais de risco, somada aos desmatamentos, aos assentamentos irregulares e a uma certa inobservância de posturas municipais, resultam em assoreamento dos rios, erosões, modificações da fauna e da flora local e poluição (vista em muitos rios e afluentes, como, por exemplo, o Córrego Cebola e o Rio Sabará).
A Serra da Moeda é histórica pela exploração do minério de ferro, atualmente realizada por empresas como a Gerdau Açominas, o que causa, segundo a Associação Mineira de Defesa do Ambiente, protestos dos moradores mais conscientes contra a degradação desse patrimônio natural. Afirma-se que os efeitos da mineração já são percebidos desde a década de 1950, com a instalação da primeira mineradora, mas nos últimos anos os danos têm se tornado intensos, o que preocupa os ambientalistas, devido à possível extinção de nascentes regionais.
“Antes o minério de ferro não era tão lucrativo como agora. Com a valorização dele, principalmente no mercado internacional, a situação está insustentável. Atualmente temos quatro mineradoras na Serra da Moeda. Elas perderam o pudor e querem minerar toda e qualquer área.”
Euler Darlan Neves, vice-presidente do Clube de Vôo Livre e defensor da área degradada.
O local, além de ser um ponto turístico mineiro visitado por milhares de pessoas, é também usado para esportes radicais como o vôo livre, o que explica a revolta não só de alguns moradores, mas também dos praticantes desses esportes.
O potencial hídrico tem sido explorado por causa da qualidade e da abundância das águas e por ainda hoje o local ser responsável pelo abastecimento de comunidades locais. Infelizmente as modificações ambientais geradas pelas hidrelétricas (impulsionadas pela demanda de energia de uma população que, muitas vezes, gasta excessivamente) têm gerado um grande desequilíbrio natural.
Alagamento criado pelo homem – Quinta dos Cristais
No Parque Ecológico Quinta dos Cristais, nós pudemos ver um exemplo vivo do que acontece quando recursos hídricos são usados de forma errada e exagerada; foi criado dentro do Parque o alagamento de uma área, que resultou na morte de peixes e da vegetação. Em grandes proporções, seria esse o resultado desse tipo de exploração.
O grupo pôde perceber que, apesar da tão perceptível degradação ambiental na região de Sabará, a ação mineradora ainda é uma das principais fontes de renda do local e emprega grande parcela da população. Se fossem feitas proibições imediatas contra as empresas de mineração e suas atuações, haveria um grande impacto econômico. Entretanto, em uma escala maior, levando em consideração a atual situação de degradação do planeta Terra e a necessidade de esforços individuais e coletivos, concluímos com muita certeza que é preciso uma atenção redobrada à nossa flora e fauna.
Grupo: Diego, Jamile, Juliana, Luiza e Thomas.
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