Filosofia - 2º ano D

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Desenvolvimento (IN) sustentável

“... a Grã-Bretanha precisou de metade
dos recursos do planeta para alcançar
sua prosperidade; quantos planetas não seriam
necessários para que um país como a Índia
alcançasse esse patamar?”
Mahatma Gandhi

Hoje muito se fala em desenvolvimento sustentável, mas poucos sabem o que isso realmente significa. A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável surgiu na Comissão sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas: “desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações”. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro.
A cada dia que passa vemos a crescente devastação da natureza ao nosso redor e seus vários sinais de esgotamento. Hoje vivemos em uma crise: nós mesmos não sabemos por que agredimos tanto o planeta e o próximo. A maioria das pessoas perdeu a noção do que é verdadeiramente importante, que é cuidar do planeta e de nós mesmos. E elas também se esquecem de que uma ação leva a outra: se preservarmos a natureza e usarmos de forma consciente os recursos naturais, estaremos garantindo isso tanto para os nossos descendentes quanto para nós. Portanto, precisamos de uma mudança que aconteça de dentro para fora, uma mudança de comportamento, ou seja, temos de assumir uma posição mais altruísta, interessando-nos também pelos problemas do próximo, seja ele um ser humano ou o meio ambiente. Junto a tudo isso ainda há o medo de não dar tempo de nos redimirmos e conseguirmos alterar esse quadro.

A primeira coisa que temos que fazer é reconhecer que os recursos naturais são finitos e a segunda coisa é entender que desenvolvimento econômico não precisa ser acompanhado por tanta agressão ao meio ambiente. Outro aspecto a ser esclarecido é a diferença entre desenvolvimento e crescimento: desenvolvimento significa avanço potencial e gradual para um melhor estado econômico e humano, enquanto crescimento leva em conta apenas a evolução econômica, deixando de lado quem ganha ou perde com ele. Esse tipo de desenvolvimento tende a ser insustentável, pois leva ao esgotamento dos recursos naturais dos quais a humanidade depende. Atividades econômicas podem ser encorajadas em detrimento da base de recursos naturais dos países. Desses recursos dependem não só a existência humana e a diversidade biológica, como o próprio crescimento econômico. O desenvolvimento sustentável sugere, de fato, qualidade em vez de quantidade, com a redução do uso de matérias-primas e produtos e o aumento da reutilização e da reciclagem.

A sociedade capitalista em que vivemos hoje contribui para essa posição egoísta que assumimos: ela supervaloriza o indivíduo, a competição, e não a sociedade, em que sempre se encontra o indivíduo. Precisamos estimular algo denominado “ética planetária”, ou seja, uma preocupação com o outro, seja ele quem for. Nas palavras do escritor Leonardo Boff: “... O outro (nesse caso, a natureza) representa uma proposta que reclama uma resposta. Deste confronto entre proposta e resposta surge a responsabilidade. Ao assumir minha responsabilidade ou demitir-me dela, faço de mim um ser ético. Dou-me conta da conseqüência de meus atos. Eles podem ser bons ou ruins para o outro e para mim.”

Para conseguirmos harmonizar nossa relação com a natureza, temos de assumir uma responsabilidade e resgatar um conceito básico: o cuidar. É com cuidado que fazemos as coisas durarem mais tempo, é com cuidado que não ofendemos e destruímos, é com cuidado que aniquilamos a desconfiança e conseguimos tranqüilidade. “Onde há cuidado, não há violência.”

Um grande movimento de conscientização deveria ser feito em nível mundial, para a preservação do meio ambiente, para o esclarecimento de possíveis dúvidas da população em geral a respeito do quadro atual da natureza, apresentando-se medidas simples, que podem ser adotadas no dia-a-dia para ajudar nessa luta em favor do meio ambiente. Poderia haver também maior apoio a projetos de reciclagem e reutilização de materiais.

Apesar de já existirem movimentos e projetos como esses, eles ainda não são muito divulgados. A implantação de políticas públicas relacionadas com educação ambiental em escolas e comunidades carentes, com distribuição de folhetos informativos e apresentação de palestras, também é uma proposta interessante.

Podemos observar que essa mudança toda depende apenas da nossa real disposição e do resgate de conceitos simples e cotidianos como o cuidado, a solidariedade e a cooperação, que, além de serem aplicados nas nossas relações sociais, se voltarão para a natureza. A partir dessa mudança de mentalidade, que foca o futuro ao invés do presente, teremos um novo homem, preocupado agora com o futuro comum, tanto de seus semelhantes quanto de sua morada maior: a Terra.

Grupo: Raphael, Thaís, Rodrigo H., Marcos, Laís.

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